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A mostrar mensagens de maio, 2014

Os dias felizes e a saudade

Não costumo definir os dias como felizes ou infelizes. Tenho para mim que há dias para tudo e que é, aliás, necessário, a bem da minha sanidade mental, que assim seja. Reconheço, porém, que há acontecimentos que tornam as recordações de certos dias mais felizes. Hoje foi um dia desses. Ver o nosso trabalho reconhecido é uma sensação boa. Não consigo, todavia, deixar de sentir estes dias como uma malga cheia de água onde cai, gota a gota, um fino fio de azeite. Há sempre uma tristeza ao cimo de mim, uma melancolia à tona da superfície límpida que a mancha. É nestes dias que mais sinto a tua falta, avó. De correr para casa para te contar. Da tua atrapalhação para atender o telemóvel que nunca soubeste vencer. Do cheiro das tuas batas e do teu avental. É nestes dias que a tua ausência me dói, avó. E é estranho que seja nestes dias que o nó na garganta me aperte mais e os soluços me sacudam o peito. Porque era suposto serem dias felizes. 

Maias ou o diabo à porta

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A minha mãe trouxe estas de Castelo de Vide. E distribuiu-as por quem apareceu lá por casa, incluindo as vizinhas. É uma tradição antiga, pelo menos no Norte do País, pendurá-las na porta de casa, na noite de 30 de Abril para 1 de Maio, e já que as tinha, decidi, como diz a minha mãe, 'deixar o diabo à porta'. Não sei se resultou mas a ver vamos...! [Gostei de ler aqui  mais sobre a tradição das maias.]

Goran Bregovic

É altamente improvável - para não dizer, impossível! - aguentar sentada, durante mais de cinco minutos, uma Sala Suggia completamente esgotada. Se isso acontecer, na Casa da Música, logo à noite, como o meu chapéu. Mas estou bastante segura de que o mais grave que pode acontecer-me, perto de comer o chapéu, é ir beber um copo depois do concerto. De uma coisa, porém, estou absolutamente certa: vai ser divertido, lá isso vai!