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A mostrar mensagens de março, 2012

O exército mais mortífero do mundo

São as hormonas femininas. Nos dias em que elas vão à frente das tropas, não há trompete que abafe o som de uma palavra menos amorosa, ainda que fardada de brincadeira. Só as meigas resistem a esta batalha. E, por vezes, ainda feridas. Saltar trincheiras a riso: é o truque. Aprender, resistir e defender.

Jazzy

Há muito tempo que não ouvia rádio no carro. Sempre com os CD's à volta. Hoje esqueci-me deles. E lá tive de procurar uma estação de rádio. Estou farta, como já estava há muito tempo, de ouvir as desgraças do mundo. Deste nosso pequeno canto. E de outros maiores. De rádios bacocas que passam músicas dos 'azeities', como um amigo meu chama com alguma graça aos 'eighties'. De outras ainda piores que passam músicas novas, sem pilériazinha nenhuma, como dizia tão bem a minha avó. E de outras ainda que nem esse nome deviam ter, nem as rádios nem as músicas. E não é que, de repente, ao rodar o botãozinho, já no quase estado de 'vou desligar isto e cantarolar uma série de modinhas que vá do Minho ao Alentejo!', dei com o Chet Baker a cantar...? Soube tão bem! Descobri que há uma estação de rádio que passa quase só música  jazzy. O que é perfeito. Especialmente para fins de tarde como o de hoje.

Driving home

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E da justaposição de palavras nasce esta canção...

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Água, noite, silêncio e fogo

Tu lhes dirás, meu amor, que nós não existimos. Que nascemos da noite, das árvores, das nuvens. Que viemos, amámos, pecámos e partimos Como a água das chuvas. Tu lhes dirás, meu amor, que ambos nos sorrimos Do que dizem e pensam E que a nossa aventura, É no vento que passa que a ouvimos, É no nosso silêncio que perdura. Tu lhes dirás, meu amor, que nós não falaremos E que enterrámos vivo o fogo que nos queima. Tu lhes dirás, meu amor, se for preciso, Que nos espreguiçaremos na fogueira. 'Na mesa do Santo Ofício' Ary dos Santos 
Hoje uma amiga disse-me, com base num filme que estava a ver, We are the choices we make . Se é assim, não auguro nada de bom em dias como hoje. A negrura que me avassala nestes dias, em que o precípio galga os meus pés e sobe como maré pelo meu corpo acima até se desfazer num maremoto de pedregulhos sobre o meu peito, é escura como pez e, espessa, prende pedras e lavra teias nos meus pensamentos que me arrastam e me encerram no fundo do mar. E é, então, que sinto esperança. Eu, que nunca abro os olhos debaixo de água, de boca fechada, sustenho o ar o mais que posso, tusso, engasgo-me, estendo as mãos e não sinto nada. Mas ouço a música das gargalhadas, escritas nas redes que lancei a este mesmo mar em dias de sol. E, no refrão, há um verso que diz We are the choices we make. Que ecoa nesta minha negrura. E que me faz perceber que amanhã será um novo dia. Com as vozes por perto, sempre no ouvido.