Hoje uma amiga disse-me, com base num filme que estava a ver, We are the choices we make.
Se é assim, não auguro nada de bom em dias como hoje.
Se é assim, não auguro nada de bom em dias como hoje.
A negrura que me avassala nestes dias, em que o precípio galga os meus pés e sobe como maré pelo meu corpo acima até se desfazer num maremoto de pedregulhos sobre o meu peito, é escura como pez e, espessa, prende pedras e lavra teias nos meus pensamentos que me arrastam e me encerram no fundo do mar.
E é, então, que sinto esperança.
Eu, que nunca abro os olhos debaixo de água, de boca fechada, sustenho o ar o mais que posso, tusso, engasgo-me, estendo as mãos e não sinto nada.
Mas ouço a música das gargalhadas, escritas nas redes que lancei a este mesmo mar em dias de sol.
E, no refrão, há um verso que diz We are the choices we make.
Que ecoa nesta minha negrura.
E que me faz perceber que amanhã será um novo dia.
Com as vozes por perto, sempre no ouvido.
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