Ora bem.

Passar sem os headphones nos ouvidos na Rua de Cedofeita é uma aventura a que se não escapa impunemente.

Lá ia eu, sossegada, a pensar cá com os meus botões 'ah, a primavera, a primavera...!' quando ouço um casalinho a conversar alegremente atrás de mim.

E dizia ele, do alto daquele seu look a imitar o Eddie Vedder nos idos dos anos 90, de trunfa abastada e de barba a rarear (certamente a caminho do estilo 'lumberjack'), 'Então, tu não acreditas que lá no curso, naquele curso que o Zé 'tá a fazer, ele teve de ler em voz alta um livro qualquer...?'

E, ao som de um 'ah, não posso...!' dela, como se a leitura em voz alta fosse um sacrilégio, continua o iluminado 'Eishhhhh, e não é que o livro era todo marado...começava com "e depois, chega o cavaleiro...e pegou nela...e DEFLOROU-A e o car$%&".

Pois.
Esta foi a parte em que eu tive que apressar o passo, antes que abafasse com o riso.

Confesso que desconheço a totalidade dos livros que fazem parte do Plano Nacional de Leitura e bem assim o sistema de ensino português tal como se apresenta actualmente mas, a julgar pela eloquência deste senhor, da sua amiga e do amigo do livro, temo bem pela língua portuguesa - e, a bem dizer, por outros desempenhos também.

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