Ainda ao terceiro dia

mas já depois de um retemperador banho pós-bamboo rafting, partimos à descoberta do templo Doi Suthep.

Doi Suthep data de 1383 e é o mais famoso de entre os não pouco numerosos templos de Chiang Mai.


Uma das características mais interessantes deste templo, que depois redescobri em diversas variantes viagem afora, é o início da escadaria - neste caso, de mais de 300 degraus - que nos conduz ao refúgio espiritual propriamente dito.

O início é constituído por duas magníficas e gigantescas estátuas de uma serpente, de cuja boca saem sete outras serpentes, que ladeiam a escadaria, e cujo corpo, servindo de forma ao corrimão, se estende degraus acima.

Os ladrilhos brilhantes e coloridos de que são feitas as estátuas são absolutamente hipnotizantes. Lindos mesmo!


E, depois de 12 km a escalar a montanha, situada a noroeste da cidade, em ritmo de montanha-russa - mas felizmente de autocarro! - e de subir os mais de 300 degraus que aqui vos deixo, chegámos ao topo.


E, num fim de tarde quente, abafado e húmido, depois do 'chuveirinho-de-nuvens' diário que durava precisamente uma meia hora, a vista de lá de cima era esta.


De acordo com a história, o monge retratado na estátua foi o fundador do templo em questão. Sendo certo que, não obstante ter ficado para a posteridade com um abanador de fogareiro na mão, devia ter sido uma figura religiosa muito proeminente na época...


Reza a lenda que o local para erigir o templo foi escolhido de uma forma peculiar: depois de colocada uma relíquia de Buda no dorso de um elefante, este vagueou e deambulou pela montanha até chegar a um ponto onde parou, deu várias voltas em círculo, ergueu a tromba e assinalou ruidosamente que aquele era o auspicioso espaço onde deveria ser construído o templo.

E, sim, o elefante era branco!!!


E parece que foi neste local - precisamente neste local, como diria o Professor José Hermano Saraiva, em voz nasalada e agitando as mãozinhas de forma característica! - que os monges decidiram erguer a belíssima stupa dourada, agora em processo de restauro.



O silêncio que se fez entre nós no momento em que deram as badaladas das 18 horas e começámos a ouvir os cânticos dos monges foi uma experiência que nunca esquecerei.

Tal como assistir às orações dos monges, nesse mesmo silêncio cúmplice.


Ainda que esboçando um sorriso com cenas inusitadas como esta, que consegui captar...


Mas único único - e inesquecível! - foi o momento em que um dos monges budistas que se encontrava nesta sala em oração nos abençoou e, depois de benzer umas pulseiras entrelaçadas brancas, atirou delicadamente uma a cada um de nós.


Significavam os votos de uma boa viagem e de um seguro regresso a casa.


Votos esses que foram atados em nós nos pulsos dos rapazes pelo próprio monge e, nos pulsos das raparigas, pela nossa guia local, uma vez que é vedado aos monges tocar nas mulheres.





No pátio central do templo, encontram-se estas imagens douradas de Buda, correspondendo cada um desses Budas a um dos dias da semana.







O Buda do dia da semana em que nasci - uma quinta-feira - é o Buda da Meditação. O que está acima sentado, a meditar, pois claro!




Aqui, um Buda deliciosamente colorido...e abrigado debaixo de uma árvore centenária.
Que não resisti a fotografar.




Mais um belo exemplar da arquitectura muito própria e muito colorida destes templos.


Com os tradicionais sinos, utilizados para assinalar momentos como avisar os fiéis do momento, ao nascer do sol, em que os monges deixam o templo para recolherem oferendas de comida. Para dar tempo e oportunidade aos fiéis de se prepararem para essa cerimónia.



Como é óbvio e perante a tabuletazinha que solicitava aos turistas que não tocassem nos sinos, quase todos mantivemos o respeito que nos inspirava o local.

E digo quase todos porque a princesinha-anglo-indiana-mimada-e-absolutamente-malcriada-para-todos-em-geral-e-para-os-nativos-em-particular, não obstante os dizeres da tabuleta estarem escritos num inglês perfeito, achou por bem tocar em todos (mas literalmente TODOS!) os sinos e que não cabem todos na fotografia...
Bem podem imaginar a chinfrineira...e o misto de vergonha por ela e de vontade de lhe assentar meia dúzia de sarrafos bem dados - como mandava, aliás, a etiqueta! -, que se sentiu no ar!!!


Enfim, mas nem isso conseguiu estragar a beleza do momento...e ainda bem!





Confesso que o colorido da estatuária e da arquitectura me fascinou, fascínio esse que se não desvaneceu ao longo da viagem pela Indochina.
Acho que associo intimamente esse colorido à alegria e à simpatia daquelas gentes, de que tanto gostei e passei a admirar!

Comentários

Anónimo disse…
muito muito bonito!!

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