Purgatório - Tomás Eloy Martínez


Lembro-me da alegria que senti quando o vi nas prateleiras da livraria que existe no Centro Cultural de Belém.

Era um fim de tarde simpático em Lisboa.
Fomos dançar e estar com os amigos.
Vimos a Colecção Berardo, antes de irmos aos pastéis de Belém, que eu não comi porque - batam-me lá! - não sou apreciadora. 

Não tem sido muito fácil mas lá vou encontrando os livros dele, traduzidos ou não.
Confesso que gostava de os ler em castelhano mas não tenho tido a sorte de encontrar nenhum.

Guardei-o ali na estante. Até ter tempo e vontade de o ler de uma assentada.
Porque os livros de Tomás Eloy Martínez são saboreados com a volúpia desenfreada do fim.

E este é fantástico. Como os outros que li.
Tão bem escrito, mas tão bem escrito. Como todos.
E o que mais me impressiona é a capacidade deste escritor de vestir a pele de uma mulher.

É um mapa que se perde nas recordações e na memória de uma mulher, em plena ditadura militar argentina, com uma teia familiar que a sufoca e a aprisiona no passado. Passado esse que a impede de se orientar num presente em que não crê e que a impele a definhar num futuro que apenas ela imagina.

O mapa do purgatório.
Sem bússola que a oriente.
Nem a nós.

Comentários

Ai...tenho tantos em espera. Mas agora deixaste-me a sentir mal. Nunca li nada deles!
pin girl disse…
Ui, nada disso...! Eu também tenho muitos em espera, nem tu imaginas. Mas, olha, recomendo muito os livros deste senhor. E tu, aproveita agora as férias ou, pelo menos, uns dias de descanso na Páscoa. :)

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