Como tu próprio dirias, num dia bom - num dia normal, seria com um chorrilho de convictos palavrões! -, 'rai's ta partissem' pela tristeza que hoje me deste! Mas também te digo, sacana de um raio, que não é com estas lágrimas que hei-de lembrar-me de ti. Recuso-me a fazê-lo. Há-de ser com o sorriso que tinhas nos lábios quando te sentavas no parapeito da janela luminosa do teu quarto na Rua dos Combatentes, das primeiras vezes que estudámos juntos. Há-de ser com o coro de gargalhadas, às três ou quatro horas daquelas madrugadas em que convencíamos o Castelar a fazer crepes e nos juntávamos na cozinha da tua casa. E em que deixávamos o estupor da louça suja para o dia seguinte. Ou para dois dias depois. Ou mesmo três. Há-de ser contigo, no dia do meu rasganço em que chovia tanto que teve de ser dentro de portas, deitado na passadeira piolhosa do corredor da minha casa, na Rua de Saragoça, a comer massa com atum, que tivemos de misturar na bacia da rou