Mensagens

A mostrar mensagens de dezembro, 2014

Coisas do ano velho - I

Depois da minha viagem ao Quénia e à Tanzânia, estou certa de uma coisa: muito dificilmente serei capaz de voltar a entrar num jardim zoológico. Para lá da enorme tristeza que me assolará, sei que me sentirei tremendamente incomodada com a absoluta falta de respeito que significa manter outros seres vivos dentro de gaiolas e limitados a espaços claustrofobicamente minúsculos. Já o disse muitas vezes: não me sinto capaz de ter um animal de estimação nem sou daquelas pessoas loucas por animais. Apesar disso, nunca tratei mal, pelo menos de modo intencional, qualquer animal. Bem pelo contrário, sempre tratei os animais com que, por uma razão ou outra, me cruzei com respeito e bondade. Mas, depois de uma viagem como a deste Verão, o que sinto em relação aos animais, em especial à vida selvagem, mudou radicalmente - assim como também mudou a opinião que tenho acerca de pessoas que mantêm nessas condições os animais. As verdes colinas de África, como a pen

Porque não me esqueço eu de viver...para viver?

Boa noite

Deep water, light music

As músicas de aeróbica, sejam dentro de água ou em terra firme, são, por natureza, medonhas. Na verdade, aquelas músicas versão-techno-a-martelo são, numa expressão que me costuma ser muito característica, de fechar o tasco! Há umas semanas calhou-nos a musiquinha da cena final do 'Dirty Dancing'...em versão techno, pois claro!, o que gerou alguns sorrisos cúmplices entre as praticantes da modalidade deep water. Mas, esta noite, a selecção musical foi tão arrasadora que os utentes da pista de utilização livre, os praticantes do jogo de pólo aquático e mesmo aqueles nadadores da pista do lado que chapinam água que se farta, do alto dos seus estilos 'crawl' ou 'mariposa', e que me dá cabo das lentes de contacto, pararam para ouvir. E mesmo para cantarolar. Foram as músicas dos anos 80 ou, como lhes chamo carinhosamente, dos 'azeities' portugueses. Desde os Heróis do Mar aos Xutos & Pontapés, e dos Da Vinci ao Carlos Paião, foi um de

O rio II

Imagem
Sempre gostei muito de caminhar. Foi uma coisa que sempre me arrumou a cabeça. Uma coisa que sempre me fez feliz. O que não é díficil, quando se mora numa cidade tão bonita como o Porto. É jargão falar-se da luz de Lisboa. Eu percebo. Ainda para mais, quando o ouço sair da boca de pessoas a quem o sol faz mesmo muita falta. Mas eu sou do Norte. Desse norte granítico, onde as pedras das margens do rio me conhecem bem. Da luz cinzelada que inunda esta cidade. Dos fins de tarde frios em que os olhos procuram agasalho no pôr do sol que saltita atrás da Ponte da Arrábida. Dos faróis dos carros que tremeluzem e arrastam os pés, vagarosos, num vogar que marulha, muito mansinho, lá ao longe. É por isso que hoje, neste outono de que tanto gosto, voltei a caminhar. Prometi a mim mesma que vou tentar caminhar todos os dias. Agora que tenho tempo, é tempo de regressar ao meu caminho das pedras. 

O rio