Coisas do ano velho - I
Depois da minha viagem ao Quénia e à Tanzânia, estou certa de uma coisa: muito dificilmente serei capaz de voltar a entrar num jardim zoológico.
Para lá da enorme tristeza que me assolará, sei que me sentirei tremendamente incomodada com a absoluta falta de respeito que significa manter outros seres vivos dentro de gaiolas e limitados a espaços claustrofobicamente minúsculos.
Já o disse muitas vezes: não me sinto capaz de ter um animal de estimação nem sou daquelas pessoas loucas por animais.
Apesar disso, nunca tratei mal, pelo menos de modo intencional, qualquer animal. Bem pelo contrário, sempre tratei os animais com que, por uma razão ou outra, me cruzei com respeito e bondade.
Mas, depois de uma viagem como a deste Verão, o que sinto em relação aos animais, em especial à vida selvagem, mudou radicalmente - assim como também mudou a opinião que tenho acerca de pessoas que mantêm nessas condições os animais.
As verdes colinas de África, como a pena de Hemingway diria, e a vida selvagem do Serengheti e da Ngorongoro Crater, com toda a sua imponência, permanecerão sempre na linha dos meus olhos e, olhando agora para trás, como se impõe neste ano que se acaba, sei que detestaria ver esse horizonte manchado por grades e gaiolas.
Por isso, em 2015, desejo que as viagens que faça sejam capazes de me dar novas leituras do mundo - e tanto que ainda me falta conhecer...! -, especialmente as que, como esta, me surpreendam!
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