A guerra é viciante


E o filme também o é.

Confesso que fui preconceituosa: face à desilusão de um Avatar (do qual, aliás, nunca esperei muito...!), aventei para mim própria a possibilidade de os Óscares atribuídos ao 'Estado de guerra' o terem sido mais por falta de concorrência à altura - a julgar pela amostra, pelo menos! - do que pelo próprio mérito do filme.

Como se diria nos concursos americanos em que moças vestidas de lantejoulas coloridas pululam ao redor de apresentadores com más piadas: 'Wrooooong answer!'.

Os restantes Óscares parecem-me merecidos.
Os actores são óptimos, a direcção dos mesmos brilhante.

Aliás, tenho aqui que fazer um parêntesis: eu, que até reparo pouco no som que os filmes têm, especialmente em comparação com as imagens, fiquei muito bem impressionada com a qualidade do som do filme. Antes mesmo de chegar a casa e de ter visto que tinha ganho o Óscar para 'Best Sound Editing'. É, de facto, merecedora de relevo.

Tudo isto para chegar ao ponto em que devo dizer que a realização de Kathryn Bigelow, se não é perfeita, não andará longe disso.

Os planos de realização são excelentes. Cada imagem fala por si própria. Cada uma delas tem uma linguagem inerente em que - quase! - se não sente a necessidade de palavras. Quanto mais revejo as imagens do filme, mais me parecem fantásticos os planos. E os pormenores, então...!

E tanto mais isto é surpreendente quanto brilhante por se passar num cenário de guerra. E não na habitual tela dos filmes com grandes planos de paisagens belíssimas ou de personagens de histórias de amor épicas que costumam fazer o 'Best Picture' e as delícias dos membros da Academia.

Muito bom, de facto!
E como é bom surpreendermo-nos com o desmoronar de um preconceito...

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