Vasco Graça Moura


Venci um preconceito que não sei de onde vinha, talvez da imagem política que me passava, na noite em que o vi e ouvi pela primeira vez nas Quintas de Leitura.

No momento em que leu 'canção da foz do douro', Vasco Graça Moura venceu todo e qualquer preconceito, barreira ou ideia feita que em mim houvesse.

Não havia terminado de recitar a primeira estrofe e já eu tinha lágrimas de emoção nos olhos. Os sons, os cheiros, as pedras de que falava neste poema encheram de sentido toda a minha adolescência, toda a minha vida.

A fotografia que tinha atrás de si enquanto recitou era do chão da Cantareira, daquelas pedras que tantos passos meus viram, tantos anos.
Entendi-lhe no olhar que essas mesmas pedras lhe ouviram muitas confissões e traquinices.

Saí das Quintas e comprei vários livros dele que li sofregamente.
Trouxe-me imensas coisas vencer o preconceito.
Recordarei sempre essa noite.

Nem que seja apenas por esse momento ou tão-só por este poema, esta canção da foz do douro, hoje é um dia triste.
Perdi alguém que foi uma verdadeira alegria encontrar mas a quem estarei sempre reconhecida por aquilo que me deixou e me ensinou.

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