Fora do tempo...
Nesse mesmo sábado, ao descermos do Alto da Fóia, a fome começava a apertar e decidimos almoçar algures na descida, em direcção a Monchique.
Com tempo para explorar, decidimos enveredar por um caminho florestal apertado.
E quando já estávamos quase a desistir e a voltar para trás, encontrámos esta Quinta.
Mesmo no meio da serra.
A recepção fez-nos perceber onde estávamos - numa casa (antiga) de família: uma menina com os seus oito ou dez anitos espreitou quando assomámos por esta porta, escondeu-se rapidamente na cozinha e gritou 'Ó vó, tens mais clientes!'.
Basta deitar os olhos a esta biblioteca que funcionava como sala de estar de apoio à sala de jantar propriamente dita.
Sentámo-nos neste ambiente centenário.
E, ao invés de nos sentirmos intimidados pelo peso dos anos e da tradição de tudo o que nos envolvia, sentimo-nos estranhamente em casa.
Com esta vista da serra, à mão de semear, na janela mais próxima.
Numa sala onde o tempo parou.
Tanto que, quando nos disseram o que era o menu, nem sequer tugimos nem mugimos.
Nem sequer para perguntar o preço...
E esperámos.
Com a companhia dos sons do fado que saíam desta grafonola.
O vinho era alentejano, pois claro. Tal como o pão. E as azeitonas, temperadas com limão.
E a água, do poço. Devidamente analisada, segundo a D. Marieta.
As entradas incluíam dois tipos de chouriço caseiro assados, cogumelos salteados com salsa, requeijão com tomate e orégãos e outros petiscos que tal.
Depois, veio o primeiro prato: este magnífico ensopado de tintureira.
A que se seguiu um pato com laranja, a que nem sequer conseguimos tirar fotografias, de tão apetitoso que estava.
E, por fim, este gelado caseiro, com doce de frutos silvestres, também ele caseiro.
Não obstante a delícia do repasto, certo é que a melhor parte foi desfrutar de todo este ambiente, em óptima companhia.
(fotografias de JAF)
Comentários
:)
O mundo é mesmo pequenininho...
Beijinhos!