Férias mas...
...atarefadas!
Estou cheia do que fazer, como sempre!
Porque não me apetece fazer rigorosamente nada do que tenho para fazer.
Passo o ano a tentar impôr-me regras, disciplina e obrigações.
Chego a esta altura e estou exaurida disso.
Só me apetece fazer todas as coisas que me sabem bem mas que não fazem parte da lista malvada.
Mas principalmente apetece-me estar com algumas pessoas.
Sinto-me um pouco - e isto é um eufemismo! - só nos dias da to-do-list.
E tenho saudades.
Das pessoas dos meus todos os dias.
Os dois dias antes do Natal são dias em que toda a gente tem quinhentas mil coisas para fazer.
Eu também.
Mas não me apetece.
Sinto-me contrariada. E, se há coisa que eu detesto, é sentir-me contrariada.
Porque, quando contrariada e arreliada, custa-me tanto, mas tanto, fazer o que vou fazer agora: levantar-me do sofá, vestir o casaco, de lista no bolso, mp3 nos ouvidos e sair de casa.
Só quero trazer o estupor da lista amarrotada no bolso quando regressar.
Estou cheia do que fazer, como sempre!
Não consegui confeccionar todas as prendas que gostaria de dar às pessoas de quem gosto - e que ainda são bastantes, para minha grande alegria e regozijo...! -, ainda tenho compras de Natal para fazer e a minha grande vontade é deixar-me estar deitada no sofá.
Porque não me apetece fazer rigorosamente nada do que tenho para fazer.
E, sobretudo, não me apetece obrigar-me a mim própria a cumprir a longa lista de tarefas que tenho na minha cabeça.
Até porque acabo sempre a fazer coisas que fazem parte das listas da mãe, das irmãs...
Passo o ano a tentar impôr-me regras, disciplina e obrigações.
Chego a esta altura e estou exaurida disso.
Só me apetece fazer todas as coisas que me sabem bem mas que não fazem parte da lista malvada.
Ler, ouvir música, tricotar, patchworking, ir ao cinema, comprar livros e cd's para mim (sem olhar para a lista e pensar 'este era bom para dar a esta pessoa' e mais um check!), caminhar, sem destino, pelas ruas a pé, com as mãos nos bolsos e o frio a enrubescer-me as faces.
Mas principalmente apetece-me estar com algumas pessoas.
Sinto-me um pouco - e isto é um eufemismo! - só nos dias da to-do-list.
E tenho saudades.
Das pessoas dos meus todos os dias.
Daqueles amigos e amigas com quem me apetece sentar no chão da varanda, com uma manta nos joelhos, de copo a aquecer-nos a mão, que o coração há muito que se enroscou cá dentro, a olhar para a lua, a falar de tudo e de nada e a sentir estrelas, a estremecerem e a tiritarem, nos silêncios.
Os dois dias antes do Natal são dias em que toda a gente tem quinhentas mil coisas para fazer.
Eu também.
Mas não me apetece.
Sinto-me contrariada. E, se há coisa que eu detesto, é sentir-me contrariada.
Porque, quando contrariada e arreliada, custa-me tanto, mas tanto, fazer o que vou fazer agora: levantar-me do sofá, vestir o casaco, de lista no bolso, mp3 nos ouvidos e sair de casa.
Só quero trazer o estupor da lista amarrotada no bolso quando regressar.
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