a rapariga do alfinete

Como não podia deixar de ser, o dia 2 da odisseia oriental, começou com uma khlong tour ...pelos canais tão típicos, aqueles que tornam Bangkok conhecida como a 'Veneza do Oriente'. Só que com uma água mais amarelada do que a de Veneza, Itália. Mas nem por isso menos interessante. Bem ao invés. Com efeito, o aparente caos que emergia das águas barrentas contrastava com a organização e, em especial, com a funcionalidade de uma vida ancestralmente ribeirinha. Foi frequente, ao longo da viagem pelos canais, assistir ao desenrolar da vida quotidiana naquela parte da cidade de Bangkok - não só havia pessoas a pescar ao longo do rio como a dar de comer aos peixes (mesmo nós comprámos pão para alimentar os gigantescos peixes que habitavam aquelas águas...), os habitantes a colocarem incenso nos seus altares de casa e a fazerem a limpeza das casas e dos varandins... ...a regarem os inúmeros vasos e 'jardins - quase - flutuantes' que as casas possuem, tal a quantidade incontável

...de quase 15 horas no ar, a atravessar meio mundo, e com o jet-lag muito adormecido pela animação da chegada a Bangkok e pela antecipação do início de uma viagem que prometia, foi bom sentir terra firme sob os pés. It felt just great to be on solid ground, after fifteen hours on a plane, half asleep. Melhor ainda foi dormir finalmente numa cama, sem ter no corpo o formato de uma cadeira de avião...para já não falar no facto de me espreguiçar ao acordar da sestinha, para o meeting com o resto dos companheiros de viagem, com esta vista pela frente. But it felt even better to find myself sleeping in a proper bed and not just dreaming of it seated on the plane...not to mention the fact of getting up only to attend the meeting with the group leader and the other fellow travellers. Specially in a room with a view...this view! O meeting com o líder de grupo e os companheiros de viagem teve lugar no último andar do Hotel Grande Ville, situado junto à Chinatown de Bangkok. E o espectáculo que

depois de muitos dias de intervalo, cá estou de volta! Regressada da Indochina há precisamente dois meses e três dias, aqui vai a lista de causas para a ausência: - foi o trabalho em atraso, a acumular em vez de recuperar; - foi o computador que morreu e a promessa de um novo, fornecido pelo serviço, mas que apenas chegou há umas duas semanas; - foi um novo sistema informático no trabalho que entrou pela porta dentro, juntamente com o computador e o esforço de adaptação que essa mudança exigiu; - foi o matar das saudades de um mês longe daqueles de quem gosto; - foi o corre-corre do costume... - e foi, muito principalmente, o esforço do regresso à realidade, vinda de umas férias que foram absolutamente fenomenais...! Finalmente, consegui transferir as fotos dos cartões para o computador e, ao revê-las, percebi o que uma das pessoas que conheci na viagem e que se tornou uma grande grande amiga, a Klara, me escreveu - que me custava o ainda não ter tido tempo para reflectir sobre a viage

Na noite de sábado, foi assim...

...I'll be 'Indochina Girl'. :D Ate ao meu regresso! E beijinhos a todos, directamente da Tailandia!

'Kiss Me, Oh Kiss Me' - David Fonseca

Imagem retirada da net é que o S. João fosse não de um mas de dois dias!! E dois dias de baile...recheados de mazurkas, valsas, chapelloises , círculos, bourrés , arrastada que foi a mesa de jantar do meio da sala numa casa, bem junto aos Clérigos, igualzinha a uma destas, mas com balões coloridos e manjericos de papel pendurados na varanda do primeiro andar! Foi muito divertido...! E a desculpa, no fim da primeira noite de S. João, do 'amanhã, voltamos para a comida não se estragar...!' foi brilhante...

...ouvir jazz, no Ténis da Fundação de Serralves, às 18 horas, com o sol de fim de tarde sem nuvens e abrigado do vento, tocado por estes senhores. http://www.youtube.com/watch?v=3Vd06FQUGoY Foi um excelente fim de tarde! Apesar de o som não ter sido a última das maravilhas técnicas...

...de 27 a 29 de Junho, a festa foi esta. E foi do melhor que se podia esperar. Na praia fluvial da Lavandeira, em Janeiro de Cima, já para lá do Fundão. Não foi fácil lá chegar e houve mesmo quem se perdesse...é o que dá usar dispositivos electrónicos pouco fidedignos chamados GPS (especialmente se não se souber manusear adequadamente os ditos dispositivos... :)), o que obviamente não foi o meu caso e o dos meus três maravilhosos compinchas de bólide, que usámos o bom do velho mapa e lá chegámos sem enganos...! Mas lá que valeu a pena, valeu. Entre as idas a banhos no rio Zêzere... Fotografias de Sílvia Antunes ...as sestinhas no relvado que também servia de palco às danças, a visita às Minas da Panasqueira e as danças propriamente ditas, incluindo o workshop de danças irlandesas, sempre em óptima companhia, foi um fim de semana absolutamente fantástico!!! A-do-rei!!! Para o ano, lá estarei...especialmente se não houver um DJ empedernido, a tentar passar música 'pum-pum-pum'

...este foi um dos festivais folk. Um festival em que me diverti imenso e em que também dancei imenso! E que bem me soube, especialmente depois de meia dúzia de horas enfiada num avião da Ryanair. Só cheguei na última noite...mas mesmo a tempo de combinar um fantástico bailarico de S. João! Aliás, não um...mas dois bailaricos!!! Mas, antes dessa história e já que os vídeos que encontrei dessa noite são todos retratos muito pobres, aqui fica o link para conhecerem a história do Granitos Folk: http://www.contagiarte.pt/

'Model Trane', pelos Turtle Island String Quartet, pedra angular do premiado com um Grammy Award for Best Classical Crossover Album, 'A Love Supreme: The Legacy Of John Coltrane'. Enfeitiçante!! O suficiente para não parar quieta na cadeira, pelo menos... ;) http://turtleislandquartet.com/

'Julie-o', a peça musical que Mark Summer, dos Turtle Island String Quartet, criou para a sua irmã...e seguramente uma das minhas predilectas no concerto do passado domingo, no Festival Internacional de Música de Espinho!

Sim, parti no dia 06 de Junho. Não, não regressei hoje. A vida tem sido muito atribulada...e injusta para o meu blogue. Isto porque, regressada oito dias depois da partida, houve que recuperar o trabalho atrasado. E houve festivais de folk, workshops de dança, exposições de fotografia, receitas novas de culinária, cinema...e até uma festa de S. João que durou duas noites!!! Assim, não há tempo que sobre! Mas já cá estou, pronta para contar as aventuras...

Aqui, pelos New Young Pony Club...

Chuva, chuva e mais chuva! Compreendi, na noite passada, ao acabar de ler o livro 'Beira-Mar', de Véronique Olmi - e por incrível que pareça a coincidência! - que toda a história se desenrola num cenário de chuva. De chuva à beira-mar. Chove em todas as páginas do livro. Chove dentro da personagem-chave do livro. Chove ao redor de toda a história que narra, na primeira pessoa do singular, o percurso - sempre à chuva e na chuva! - de uma mãe, psíquica e emocionalmente perturbada, que, no auge do seu desequilíbrio, decide partir numa viagem, com os seus dois filhos pequenos, sem destino, à beira-mar. O livro criou em mim, ao início, um sentimento algo peculiar...de estranheza. Percebi depois que se tratava apenas do natural desconforto que se sente ao abrir a porta de um mundo, narrado por um 'eu' claramente perturbado e tão ausente como desconforme ao senso de normalidade e de realidade. O que não deixa de ser, no final de contas, uma experimentação valiosa... O mais cur

I'm a new soul I came to this strange world Hoping I could learn a bit about how to give and take But since I came here, felt the joy and the fear Finding myself making every possible mistake La, la, la, la (...) La, la, la, la (...) This is a happy end Come and give me your hand I'll take you far away (...) 'New Soul' - Yael Naim

Obrigada, meninos (vocês sabem quem são...!), por terem insistido em que eu fosse, na noite passada, ouvir os Uxu Kalhus! E dançar... E, muito especialmente, obrigada pela paciência e pelo espírito de abertura (e de verdadeira e inata pedagogia!) com que suportaram as azelhices desta aprendiz de dança com dois pés esquerdos (e pesadinhos, a julgar pelos esgares lançados após várias pisadelas... :D ) e pela forma como contribuíram para alegrar bastante a minha noite! And now, como cantarolaria, David Bowie: 'Let's Dance!'...or die trying to, at least!!!

'Erva Cidreira' - Uxu Kalhus Uma versão de que gosto muito...e cada vez mais, porque foi a que aprendi a dançar!!! :D E sabem que mais...?! É hora de me preparar para colher, uma vez mais, o agradável e alegre aroma da dança! E com esta vos deixo...

Sempre gostei de ver dançar...aliás, sempre adorei ver dançar! Dançar bem é uma arte! E uma arte que sempre invejei. Mas foi sempre como as provas de ciclismo, especialmente as etapas de montanha nos Tours de France ou na Volta a Portugal: algo que admiro imenso...muito em particular porque não sei fazer. (Sim, é verdade: podem gozar à vontade mas eu NÃO sei nem NUNCA soube andar de bicicleta...pronto, está dito!!!). De tal forma que, impelida por alguns 'dançadependentes', decidi investir algum tempo - e vergonha perdida!!! - num workshop de dança. Pois, logo tinha de me calhar o workshop de danças portuguesas...: coisas calmas e sossegadas, com passinhos simples e lentos, como o CORRIDINHO!!! Pois bem, muitas pisadelas, risos murmurados de desculpas e embaraços dissimulados de desorientação depois, aqui me confesso, morta por ir experimentar colocar em prática os conhecimentos - ainda que muito rudimentares!!! - que me parece - se bem que posso estar enganada! - ter conseguid

'Let's Dance' - David Bowie, one of my all time favourites... E especialmente adequada a este dia, como exercício de mentalização. Logo conto porquê!!!

"California Dreamin'". O filme romeno vencedor da categoria 'Un Certain Regard' do Festival de Cannes/2007. O sonho inacabado de Cristian Nemescu, falecido durante o ano de 2007, vítima de acidente de viação, pouco antes da montagem final do filme. A Roménia profunda e refundida nos mais puros e não tratados 155 minutos do trabalho de Nemescu. Que, na tradução de romeno para inglês - e certamente por lapso! ou erro! vá lá saber-se agora...- ganha o subtítulo de 'Endless'. Muito interessante!

http://en.wikipedia.org/wiki/The_Legend_of_1900

'Magic Waltz'. Cena de 'Legend of 1900', com realização de Giuseppe Tornatore e música de Ennio Morricone.

Uma história singular. Uma peça mais singular ainda. Uma companhia singularmente única. No meu léxico teatral, 'peripécia' = 'um novo olhar sobre o mundo do teatro'. E o descer do pano significa apenas e tão-só um breve 'até à próxima...peripécia!'

I'm not made of putty. I know how to get a grip on myself. Long years of assiduous labor, the recognition of my achievements, my entire future, in fact, hung in the balance, but I kept a straight face. "I am an animal artist," I said. "What can you do?" the impresario asked. "I can imitate the song of birds". "I am sorry," the impresario said. "That's old hat". "Old hat? The cooing of the dove? The piping of the reed sparrow? The warbling of the quail? The trill of the nightingale?" "Passé," the impresario said supressing a yawn. "Good bye then," I said with all the politeness I could muster, turned around, and flew out the open window. 'Professional Pride' István Örkény

'A Sorta Fairytale' - Tori Amos.

Filme bem escrito (por Mark O'Halloran), com diálogos simples e sem palavras a mais, falado no dialecto mais profundo e enraizado da ruralidade irlandesa. Visualmente forte, com planos muito interessantes, sem melodramatices disparatadas. Boa fotografia e óptima realização, que valeu a Leonard Abrahamson um prémio de realização do Festival de Cannes/2007. Toda a história gira à volta de Josie (Pat Shortt), um homem muito simples, que sobrevive no seu trabalho e na solidão de uma bomba de gasolina, quase abandonada, no profundo rural irlandês. As suas palavras são quase tão parcas como as pessoas que vão abastecer na bomba de gasolina que habita. Até que, um dia, chega um adolescente, David, que vai ajudá-lo no seu trabalho, e a vida de Josie muda. Definitiva e inegavelmente. Gostei.

(imagem retirada da net) Não, não falo de andorinhas. Não, também não falo de flores. Nem tão-pouco das magnólias que já estiveram em flor e que despentearam o Ardina. Não. Falo dos livros. Naquela tenda lá ao fundo. Onde uma primavera invernosa molhou o chão da tenda. Mas nem por isso fez secar o interesse pelos livros. Foi óptimo comprar livros que sempre quis a preços que já não se usam! 1 euro por um livro?!? É mais barato que um café no Guarany... Que maravilha!!! Agora é arranjar o tempo para desbravar todas as pérolas primaveris que trouxe para casa... Viva a Primavera!

Reflexão acerca de como a vida tem maneiras de nos empurrar para a frente. Umas vezes, com a barriga. Outras, com os pés. Mas sempre para a frente. E isto porque, entre o regresso de uma viagem linda de quatro dias e meio ao coração do Al-Andalus, o trabalho a recuperar - e a acumular! -, amigos em maus lençóis, mudanças em casa e montar móveis do Ikea - ah, e a tinta que se quer no cabelo a não pegar como devia de ser!!! -, enfim...haja lá maneiras de ficar no mesmo sítio sem balouçar!!! Há uns dias comentava com um amigo estes empurrões que a vida teima em dar-me. E, depois de ele me ter dito 'Sorte a tua, que a minha sou sempre eu que tenho de a empurrar!' e por saber que estes empurrões não são necessariamente coisas más - em geral, são coisas boas e a mudança é um aspecto positivo! -, apercebi-me que o que me atrapalhava era o ritmo absolutamente maníaco e de verdadeira montanha-russa diabólica que costumam assumir estes empurrões. E digo 'atrapalhava' porque me pa

Come sail your ships around me And burn your bridges down We make a little history, baby Every time you come around Come loose your dogs upon me And let your hair hang down You are a little mystery to me Every time you come around We talk about it all night long We define our moral ground But when I crawl into your arms Everything comes tumbling down Come sail your ships around me And burn your bridges down We make a little history, baby Every time you come around Your face has fallen sad now For you know the time is nigh When I must remove your wings And you, you must try to fly Come sail your ships around me And burn your bridges down We make a little history, baby Every time you come around Come loose your dogs upon me And let your hair hang down You are a little mystery to me Every time you come around

Esta é outro dos sons... :)

Os sons que povoaram a singela - e daí tão soberba! - história que dá alma e vida ao filme. Vale bem a pena ouvir...! E as minhas músicas predilectas de Gilberto Gil... ;)

Um filme tão belo e singular como simples!!! Simplesmente, do melhor que já vi...daqueles que me fazem acreditar - e querer acreditar - que personagens como Zezinho, Darlene, Osias e Ciro, quando o filme acaba e todos os botões se desligam, continuam a viver a sua vida, como se o filme continuasse, em qualquer parte do mundo! Como se a vida deles continuasse, tal como as nossas, correndo todas elas paralelas...e que, a dado momento, que foi o filme acabado, o destino nos deu o privilégio único de assistirmos a um episódio da vida que eles vivem e continuarão a viver depois de nós e dos botões desligados. Ver mais em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Eu_Tu_Eles

'Esperando Na Janela' - Gilberto Gil.

Uma lata existe para conter algo Mas quando o poeta diz: "Lata" Pode estar querendo dizer o incontível Uma meta existe para ser um alvo Mas quando o poeta diz: "Meta" Pode estar querendo dizer o inatingível Por isso, não se meta a exigir do poeta Que determine o conteúdo em sua lata Na lata do poeta tudonada cabe Pois ao poeta cabe fazer Com que na lata venha caber O incabível Deixe a meta do poeta, não discuta Deixe a sua meta fora da disputa Meta dentro e fora, lata absoluta Deixe-a simplesmente metáfora 'Metáfora'

(imagens retiradas da net) A peça de teatro chama-se 'Iberia, a louca história de uma península'. A companhia de teatro chama-se 'Peripécia'. A noite foi a de hoje. E encheu-se - e encheu-me, também a mim - de luz, risadas e boa-disposição! Como bem diria o Sérgio Godinho, a propósito de patafúrdios, 'por incrível que pareça...!', ainda por cima acompanhadas de uma bela dose de exercício mental acerca da nossa história!!! A peça é belíssima e muito especial, porque baseada na riqueza do trabalho de interpretação dos actores, que são - e isto é o mínimo que consigo dizer deles! - absolutamente geniais e soberbos, na medida em que nos prendem à cadeira com amarras de atenção e nos deixam à deriva no mundo da imaginação e da alegria. Conclusão: ADOREI!!! E recomendo vivamente! Eu tenho uma certeza : repetirei a experiência! Não percam a visita ao site (especialmente na categoria 'Espectáculos'): http://www.peripeciateatro.com/

...lembram-se disto?! O genérico sempre foi dos meus predilectos...e a tirada 'Por incrível que pareça...!' vem mesmo a propósito do post anterior! Digo eu... ;)

Numa aula, uma amiga minha - chamemos-lhe P - dava voltas e voltas na cadeira, inconformada com as incómodas dores nas costas que a atormentavam. Ao vê-la nessa dança algo invulgar, a professora perguntou-lhe o que se passava e ela respondeu. Indagada sobre o motivo das dores nas costas, esclareceu que se deviam ao facto de ter andado a cavar terra para o cebolo. E eis que, perante o espanto de todos os presentes, uma verdadeira luminária, ou melhor, o génio das cebolas - chamemos-lhe assim! - sai-se com a seguinte pérola: - Cebolo?! O que é o cebolo?! É a árvore das cebolas?! Enfim...! Ele há coisas espantosas...e a árvore das cebolas é certamente uma delas!!! ;)

...muitas estrelinhas para a menina da música!