Dia IV



Por fim, a estrada em direcção a Oujda...e o suspiro de alívio de levantar âncora da costa mediterrânica ao encontro do deserto!

E...e perdoem-me X, Y e W por isto, bem como pelos meus desabafos acerca das idas à praia e dos banhos de mar (a água do mar, para mim, estava - quase! - sempre fria demais para me cativar a mais do que molhar os pés...!) mas não posso deixar de confessar que me senti aliviada e subitamente feliz quando avistei esta estrada...



Ainda na praia, que bem soube a X e a Y 'pescar' uma notita de 100 dirhams entre as ondas de Saïdia...e olhem que não foi nada difícil secar esta 'pesca rica', até porque estava um calor tremendo...!
Já não tão simpático foi o 'quase atropelamento' de X e Y por um energúmeno que tripulava uma moto de água demasiado próximo da linha de costa e dos veraneantes (ou melhor, das veraneantes em bikini...!).
;)


Ou seja, descobrimos finalmente para onde vão os marroquinos de férias...!

Por incrível que pareça, a costa mediterrânica que percorremos é pouco procurada por turistas estrangeiros. E isto é tanto mais espantoso quanto mais percebemos, ao percorrer esta costa, que as praias são fantásticas, a água do mar é quentinha - para quem não gosta dela a parecer sopinha, como eu própria! lol -, a paisagem é belíssima e a vida é barata...!




De Nador, seguimos para Saïdia (que significa, de acordo com os livros turísticos, 'pérola azul').

Saïdia é uma estância balnear que se encontra em acelerada expansão, especialmente no que concerne à construção desenfreada de condomínios de luxo junto à praia, na sua maioria patrocinados por grandes empreendimentos de nuestros hermanos.
Não obstante - e suponho que enquanto os ditos condomínios não estão prontos...! -, a praia de Saïdia, que se estende por quilómetros e quilómetros intermináveis, orlada de mimosas e eucaliptos, é frequentada maioritamente por veraneantes marroquinos.


...e desta cidade: Melilla.

Onde não fomos, é certo, mas que não podia - nem queria! - deixar de referir.




...na orla desta fortaleza...



Tal como já o havia feito a travessia nocturna do estreito, entre Algeciras e Ceuta, de ferry, também o mar em Nador e a lembrança da curta distância - 13 quilómetros... - que separa esta localidade do enclave espanhol de Melilla me trouxeram à memória a leitura do livro A rainha do sul, de Arturo Perez-Reverte e as descrições - constato agora, tão verosímeis! - dos momentos em que a personagem principal, a mexicana, e o seu companheiro galego se fizeram a este mar...




...




Depois do almoço junto ao porto de pesca de Ras el Ma - mais uma vez: peixe! ou, a bem dizer, uns calamares magníficos... ;) -, se bem que demasiado perto do grelhador para se poder mastigar e respirar ao mesmo tempo, com a dita fumarada...!!! -, chegámos finalmente a Nador, cidade que, apesar de se encontrar em franca expansão económica e industrial, não deixa de ter um passeio marítimo bastante agradável...





Próximo da cidade de Nador, existe um estuário famoso pela enorme variedade de aves que ali nidificam, entre as quais galinholas, tarambolas, ostraceiras, garças, limosas, flamingos, andorinhas-do-mar e um sem número de diferentes espécies de gaivotas.
Uma pequena nota: não obstante termos avistado ao longe algumas aves - eram flamingos, estas que vimos ao longe, W? sim, há que esclarecer que eu não distingo bem ao longe um flamingo de uma cegonha e havia sempre discussão e sarrafusca, obviamente saudável... :D -, esta fotografia não foi feita no local...


A estrada da costa mediterrânica entre Al-Hoceima e Nador foi uma constante surpresa: ora, de um lado, avistávamos o mar e gigantescas falésias que se desfaziam abruptamente em magníficas praias; ora, do outro, ficávamos abismados com a singularidade das encostas que desfilavam à nossa passagem...
Este é o exemplo de uma dessas encostas singulares.

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